Marcelo Costa de Andrade chocou o país no momento de sua prisão. Almoçando na loja que entregava panfletos no momento da abordagem, Marcelo disse que estava esperando a visita da força policial antes e que houve até uma certa demora por parte deles. Ele sabia pelo que estava sendo preso e não fez questão de fazer resistência. Se deixou ser levado. No fundo sabia o mal que havia feito e que precisava ser parado.
Na delegacia, contudo, estava com um sorriso no rosto e não conseguia parar de dar gargalhadas, fato este que irritava profundamente os policiais, já que eles não conseguiam extrair nada do homem que achava graça de algo que só ele via. Ao ser perguntado o que tinha feito com Altair e Ivan, dois meninos que potencialmente seriam suas últimas vítimas – ainda que Altair estivesse vivo e tenha ajudado a localizar Marcelo – este disse naturalmente que havia “feito amor” com elas.
Entre uma fala e outra, Marcelo dava mais risadas, dizendo que só queria amor e escolheu Altair e Ivan porque eles eram lindos, principalmente Altair, que tinha, segundo ele, olhos encantadores.
Aquilo irritava os investigadores no interrogatório de tal modo que muitos saiam da sala para que não fizessem nada mais grave que arriscasse vossos cargos contra o rapaz criminoso de 24 anos. Era assustador o fato de que não se percebia medo em Marcelo. O rapaz sempre demonstrava-se frio e sem emoção, possuindo um olhar arregalado que transmitia sensações horripilantes a quem com ele conversava, dando sempre gargalhadas a cada alguns minutos.
Com o caminhar das investigações, que contou inclusive com a colaboração da mãe do próprio Marcelo, bem como com a cobertura massiva da imprensa mediante a crueldade com que o rapaz confessava que tinha feito amor com duas crianças, Andrade decidiu confessar todos os seus crimes após ver uma faca ensanguentada em sua frente, objeto que foi encontrado dentro de seu quarto em buscas pela polícia.
Confessar não apenas revelando todos os 13 crimes que havia cometido contra crianças entre abril e dezembro de 1991, mas sim contá-los com uma riqueza de detalhes agonizante, dando gargalhadas entre suas palavras e estando sempre com um sorriso no rosto não importasse a barbaridade que falasse.
Argumentos como “querer salvar as crianças espiritualmente” foram usados como justificativa para as barbáries que o rapaz fazia, dizendo ele que gostava de beber o sangue de suas vítimas dentro de uma vasilha que tinha. Assim, a alcunha Vampiro de Niterói foi dada pela mídia e o caso tomou proporções ainda maiores.
Marcelo, após ter sido considerado inimputável, foi encaminhado a um hospital psiquiátrico, onde lá deve ficar até que um laudo psiquiátrico forense oficial declare que esteja em condições de novamente viver em sociedade.
Em 1997, Marcelo, preso na clínica psiquiátrica, fugiu e partiu em direção a Guaraciaba do Norte em busca de seu pai, mas logo foi recapturado alguns dias depois.
Hoje, Marcelo, o Vampiro de Niterói, está preso no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Henrique Roxo, tendo sido avaliado pela última vez em dezembro de 2021, tendo o laudo dito que o homem ainda não tem condições de viver livre.
As avaliações são feitas em no máximo de 3 em 3 anos.
