Jovem expulsa da faculdade após matar amiga irá receber sua vaga em medicina novamente
A Justiça Federal determinou, nesta terça-feira (27), que a estudante responsável pela morte de Isabele Guimarães Ramos, com um tiro na cabeça, retorne à Faculdade São Leopoldo Mandic, em Campinas (SP). A jovem, que estava matriculada no curso de medicina, foi expulsa no dia 16 deste mês, mas a decisão foi revertida em resposta ao recurso interposto por sua defesa.
O juiz Haroldo Nader, da 6ª Vara Federal de Campinas, proferiu a decisão determinando que a reintegração da estudante ocorra em até dois dias, sem prejuízo acadêmico pelos dias em que não pôde frequentar o curso devido à expulsão.
A expulsão da jovem ocorreu em 16 de fevereiro, após a Faculdade São Leopoldo Mandic receber uma denúncia e constatar que a presença dela estava gerando instabilidade no ambiente acadêmico, comprometendo a reputação da instituição. A decisão foi baseada no Regimento Interno da Instituição e no Código de Ética do Estudante de Medicina.
O desligamento da aluna gerou polêmica, envolvendo um grupo de mães que pressionaram a direção da faculdade. Uma mãe afirmou: “Essa estudante matou a melhor amiga com um tiro no rosto. Quem garante que ela não fará isso de novo?”. A mãe da jovem expulsa lamentou a decisão, chamando-a de “linchamento moral”.
Isabele Guimarães Ramos foi morta em julho de 2020, enquanto estava na casa da amiga. A jovem responsável pelo disparo alegou que a pistola foi acionada acidentalmente enquanto a guardava para seu pai. Apesar de inicialmente condenada por homicídio doloso, a Justiça, em 2022, considerou o caso como homicídio culposo. Em julho de 2023, o processo de execução da medida socioeducativa foi extinto pela Justiça do Mato Grosso.
Patricia Hellen Guimarães Ramos, mãe de Isabele, move uma ação de danos morais no valor de R$ 2 milhões contra a família da jovem que matou sua filha e contra a família do ex-namorado dela, que levou a arma para a casa onde ocorreu a tragédia.